
Assim começa uma carta de meu pai para minha mãe datada de 15 de janeiro de 1958.
“Creio já não ser preciso dizer-lhe do contentamento que suas cartinhas me proporcionam. Pois cada vez que leio as palavras nelas contidas, sensibilizo-me ao ponto de pensar que você já está ao meu lado, lutando por nossa felicidade, pedindo a Deus que reforce nossos propósitos, dando-nos uma dose bem alta de honradez, tolerância e compreensão, uma vez que estes predicados são primordiais para manter a indestrutibilidade daquilo que existe de mais sagrado na vida: A FAMÍLIA”.
E foi assim que se concretizou o amor dos meus pais, apesar das adversidades da vida, eles conseguiram conduzir a união.
Um amor que superou a dor, doença, ressentimentos...um amor verdadeiro, pois que a definição do amor é exatamente assim: ”tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta...”.
Após ficar viúvo, meu pai partiu pra “luta”, em busca de uma nova companheira, que pudesse amá-lo e ajudá-lo a criar seus três filhos do primeiro casamento.
Ele alagoano, ela sergipana, ambos decidiram que a nova vida juntos, seria compartilhada na Bahia, em Salvador.
Era 28 de fevereiro de 1958,quando resolveram casar em Aracaju,casamento este realizado só no religioso. Após 42 anos de união, exatamente no dia 28 de fevereiro de 2000, eu o caçula da prole dos nove filhos, resolvi realizar a cerimônia civil, sonho da minha mãe.
O exemplo que tenho desse relacionamento, é que é possível ser feliz, quando há compromisso,amor de verdade. É esse amor que quero pra minha vida!.
Seis meses antes de completarem 50 anos de união, o tão famoso juramento “até que a morte os separe”, foi cumprido.
Ela partiu no dia 27 de agosto de 2007, deixando uma lacuna no meu coração de menino, sonhador, amante da vida.
Do meu pai ( vivo e saudável aos 89 anos ) e da minha mãe , restam saudades e agradecimentos pelo que fui e continuo sendo.
Tompson Góes