01/10/2009

Descobertas














Bettina Orrico, baiana, cozinheira, da Editora Abril, da Cláudia, da vida... esteve na Bahia e em fevereiro de 2006 na Cláudia Cozinha revelou uma deliciosa matéria sobre a gastronomia local.Seus cheiros,sabores,amores...
Foi extremamente simpático da sua parte ter "descoberto"como ela mesma revelou,meu pai e o seu invento, que são máquinas que beneficiam o trabalho exausto das baianas de acarajé.
Sr.Manoel Antonio dos Santos, tem permeado na Bahia e em alguns lugares deste Brasil, o prazer de fazer a massa para o acarajé, de uma forma prática, rápida... gostosa!.
Manuel Querino em A arte culinária na Bahia, de 1916, conta, na primeira descrição etnográfica do acarajé, que “no início, o feijão fradinho era ralado na pedra, de 50 cm de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 cm de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz".
Nada tão fácil assim, já que além de quebrar o feijão é necessário colocá-lo de molho em água para depois retirar toda a sua película.
O invento além de quebrar o feijão, permite despeliculá-lo, deixando-o pronto para moê-lo em moinho feito de inox, com diferentes granulometrias, proporcionando o seu uso tanto no preparo do acarajé e/ou abará.

Não acredito na idéia de “filho de peixe, peixinho é”, acredito nas semelhanças entre pai e filho, apesar de muitas vezes os caminhos trilharem rumos bem diferentes.
Meu pai tem uma capacidade incrível de criar, um QI incomparável... bem diferente do meu,porém temos algo em comum e aí está a crença das semelhanças...somos perseverantes,acreditamos que algo vai dar certo,mesmo não tendo tanta visibilidade.

Ele já trabalhou na construção civil, foi dono de loja de roupas e calçados, até dono de cinema e locutor de rádio comunitária ele foi, mas sempre foi envolvido com alimentos também. Trabalhou numa fabrica de chocolate,fabricou pirulitos de açúcar no formato de bonecos,foi dono de mercado de frutas e legumes,e teve fabricas de produtos de amendoim,duas em casa,e uma outra construída com muito esforço,linda e grande,porém fechada por falta de incentivo governamental e afins.

Talvez venha desse entusiasmo e envolvimento que meu pai tem com alimentos, além de uma forte ligação com a comunicação (escreve, e fala muitíssimo bem), o meu interesse por jornalismo e gastronomia.

Desejo continuar aprendendo para permear os sabores,possibilitando uma culinária para todos.


Fonte: Wikipédia /Cláudia Cozinha – Fevereiro de 2006.